quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Olá, pessoal. Soube hoje do falecimento do professor Bruno e imagino que vocês estão de luto, assim como a Universidade. Ele foi noss...

Olá, pessoal.

Soube hoje do falecimento do professor Bruno e imagino que vocês estão de luto, assim como a Universidade. Ele foi nosso professor o semestre passado e acredito que ainda esteja na memória de todos a sua paixão pela literatura e pelo ensino. Espero que Deus possa confortar a todos que sentem essa perda e em especial a sua família.

Hoje eu tive a última prova, Literatura Infantojuvenil. Foi uma prova que exigiu uma reflexão por parte de nós alunos. É natural se sentir inseguro quanto à avaliação, e eu me senti assim ao fazer essa prova. Ainda que eu acompanhe a maioria das aulas e tire dúvidas sempre fico com aquela sensação de: por que eu não escrevi mais? Por que não me lembrei disso ou daquilo na hora? Ah! Minha resposta está incompleta, será que a professora vai considerar? Acredito que essas indagações permeiam a mente de todos os estudantes ao fazer uma prova.

Foram cinco questões, uma de verdadeiro ou falso com dez afirmações para assinalar e quatro para refletir e discorrer sobre o assunto. Não foi surpresa o estilo da prova, mas me chamou atenção à maneira como foi preparada. Na primeira questão, a das afirmações, tratou-se de capturar o essencial do aprendizado. O que me deixou em dúvidas, pois sempre penso: É isso, mas não é só, então é verdadeiro ou falso? Também em outras eu pensava: isso é falso ou isso é verdadeiro, pois não dá para ser diferente. Espero que eu tenha me saído bem.

As demais questões, as de refletir e discorrer, ofereciam enxertos de textos que lemos. A última trouxe um conto na íntegra chamado: O veado florido do lisboeta, ou “alfacinha”, Antônio Torrado (1939). Conheci a obra desse autor por meio das aulas a respeito do texto dramático, encenado no teatro. De seus títulos, estudamos: A Raposa e o Corvo, O Trono do Rei Escamiro, Os 4 pés do Trono e o prefácio do livro: Teatro às três pancadas.

Aprendi que o texto dramático é diferente do teatro, pois o primeiro é complemento do segundo. O teatro é composto ainda por outros elementos, sendo o texto dramático apenas um deles. Um texto dramático tem didascália. Eu também não imaginava o que seria isso, mas aprendi que didascália refere-se às indicações do espaço, da luz, do cenário na representação teatral. Sobre esse tema a pergunta da prova era: “Dê conta, de forma breve, das principais tendências temáticas e formais do texto dramático para crianças publicado em Portugal nos últimos anos, refletindo sobre as razões que ajudam a explicar as dificuldades e os desafios que a sua abordagem em contexto de sala de aula colocam.” Quando eu li isso, pensei: - Meu Deus! E, em seguida, ouvi a professora dizer, faltam 20 minutos. Eu me desesperei, as minhas respostas estavam ainda todas no rascunho e faltava ainda ler o texto do “alfacinha” e também escrever.

A prova foi trabalhosa, mas muito interessante. Gostei muito do texto escolhido pela professora. Embora eu não escrevesse o quanto gostaria – estava tão nervoso – acredito que fiz o meu melhor. Creio que até o final da semana saberemos as notas. Também entregamos o trabalho e com isso fechamos a disciplina. 

A nossa nota, nessa matéria, é dividida em 25% para cada instrumento avaliativo. Temos a recensão crítica, o trabalho oral e escrito e a prova, compondo assim 100% da nota. Eu gostei dessa maneira de avaliação, pois não se concentra somente em um tipo avaliativo, mas temos diversos meios de alcançar à média. Ganha o professor, pois consegue avaliar de uma maneira mais completa e ganha o aluno pois consegue ficar menos tenso sabendo que 75% de sua nota já foi composta antes da prova.

Acredito ter mencionado em postagens anteriores que o meu estudo orientado é com a professora de Infantojuvenil e estou trabalhando com educação literária. Entreguei na semana passada a reflexão de dois textos e me faltam mais três. Nos comentários de minhas reflexões, a professora deixou um recado para que eu a lembrasse de me emprestar um livro para complementar minha leitura. Hoje, na hora da prova, ela me entregou o livro, e adivinhem? É um livro brasileiro. Leitura e Mediação – Reflexões sobre a Formação do professor, da professora Juliana Bertucci. O livro contém reflexões de várias pessoas, entre elas há docentes da UFTM: Professora Marinalva, Professora Fani, Professora Talita (Uberlândia), Professor Carlos, Professora Deolina, Professora Jauranice e Professora Maria Eunice. Eu achei isso o máximo!

A Universidade de Aveiro fará uma ceia natalina e convidou os alunos estrangeiros que não voltarão para suas casas. Sou voluntário na organização desse jantar e na sexta eu irei até lá para ajudar, a partir das 14h. Estou feliz por ajudar nesse evento, e participar do jantar. Percebo como são importantes ações como essas porque nos sentimos um pouco sozinhos nessa época do ano.

Bom pessoal, por hoje é só.

Um feliz natal e um próspero ano novo. Que 2017 seja um ano melhor para nós todos. Um grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Olá, pessoal. Essa semana é a última de aulas e provas. Na semana passada tive prova de Língua Portuguesa I e prova oral de Espanhol ...

Olá, pessoal.

Essa semana é a última de aulas e provas. Na semana passada tive prova de Língua Portuguesa I e prova oral de Espanhol III, hoje pela manhã tive prova de Linguística Textual e na quarta-feira terei de Literatura Infanto-juvenil.

As aulas de inglês terminaram com uma apresentação que fiz com uma colega de sala. Apresentamos um pouco sobre a nossa cultura, eu falei um pouco de mim, sobre o Brasil, a faculdade, Minas Gerais e São Paulo, comidas típicas e hobbies. Minha colega Nelsy falou sobre a Venezuela e os mesmos temas.

As aulas de ioga também chegaram ao fim e voltaremos em janeiro, sem uma data definida por enquanto, pois o lugar onde praticamos está em obras. Acredito que em meados de janeiro receberei um e-mail avisando.

Sobre as provas, são longas! As notas saem no moodle, aquela ferramenta sobre a qual já comentei em postagens anteriores. Nós estudantes entramos, consultamos e baixamos textos e conteúdos disponibilizados pelos professores.

A prova de Língua Portuguesa I foi pesada, eu fiz o meu resumo de oito páginas, estudando direitinho e tive a sensação que não sabia nada, por incrível que possa parecer caíram coisas que eu não consegui contemplar nas minhas folhas de resumo.

A prova de espanhol foi tranquila. Cheguei à sala e a professora estava sozinha me esperando. Entrei e ela pediu que eu sentasse. Perguntou se podia começar e eu disse que sim. Ela colocou um gravador na minha frente e disse: - Você diz o seu nome e pode começar pelo documentário. Foi uma sensação tensa, mas comecei a falar e deu tudo certo. Falei sobre o documentário, a estrutura e os depoimentos. Ela também perguntou a minha opinião e em seguida disse: - Bom, podemos então falar sobre o livro. E continuei falando, levei os meus apontamentos e fui direcionando a conversa para evitar repetições e tentar falar ao máximo do que eu recordava. Ela fez algumas interrupções, observações e encerrou a prova. Durou uns 20 minutos, mas pra mim foi tão rápido. Saí da sala e voltei para casa. Estou aguardando a nota, a professora disse que antes do natal a saberei.

Já a prova de hoje, Linguística Textual, foi tranquila. Nada de surpresa, conteúdo que eu estudei, conteúdo que estudei, mas não caíram, enfim no geral foi tranquilo. Eu só perguntei para a professora o significado de um provérbio que não conhecia. Ela, então, explicou para todos os brasileiros. Porque não dava mesmo para atribuir sentido para aquela frase, sério! Mas foi de boa. Vou deixar aqui o conteúdo, só para vocês terem uma noção. A prova tinha umas cinco folhas. Cada folha com espaço para responder e a última questão tinha uma folha só para ela, para escrever o quanto conseguisse.

6. Texto científico;
6.1. Aspetos gráficos
6.2. Aspetos sintáticos
6.3. Aspetos lexicais; as terminologias
6.4 - Catácreses e analogias científicas
7 - Texto publicitário; 7.1 - Aspetos semânticos; 7.2 - Aspetos lexicais
7.3 - Aspetos sintáticos; 7.4 - Aspetos fonológicos
7.5 - Aspetos gráficos; 7.6. - Intertextualidade; 7.7 - Variação
8. Texto parémico (provérbio)
9 - Texto humorístico; 
9.1 - Estratégias linguísticas do humor
9.2 - Humor e implicaturas

Bom, foi isso! Agora vou preparar o meu resumo para Literatura Infanto-juvenil. O nosso trabalho escrito está quase finalizado, entregaremos na próxima quarta-feira, no dia da prova.


Um abraço, até logo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Olá, pessoal. Estamos entrando na reta final do semestre e parece que é o momento mais estressante da faculdade, pois há muitas coi...


Olá, pessoal.

Estamos entrando na reta final do semestre e parece que é o momento mais estressante da faculdade, pois há muitas coisas por fazer: apresentações, trabalhos por concluir, resumos para preparar e provas para estudar.

Hoje eu tive uma apresentação de inglês às 18h. Na próxima quarta-feira às 15h30 tenho avaliação oral de espanhol, será sobre um documentário de aproximadamente uma hora chamado Del podio al olvido e também sobre a leitura do livro de 381 páginas da espanhola Matilde Asensi: Iacobus. Na sexta-feira tenho prova de Língua Portuguesa I e a quantidade de conteúdo é grande.

Por aqui faz um frio equilibrado, não é possível sair sem agasalho, mas não é um frio muito forte. As árvores perderam suas folhas, ainda que algumas persistam em seus galhos finos. Em Aveiro foi montada uma árvore de Natal grandiosa, eu li que é a maior árvore de Natal de Portugal, à beira da ria, ao lado do hotel Meliá.

Ontem enviei à minha professora parte dos meus estudos orientados, estou estudando educação literária e os textos são muito interessantes. Conheci a Literatura Infanto-juvenil pela disciplina que faço todas as manhãs de quarta-feira e estou gostando muito. Para mim, é uma das melhores disciplinas. Concluímos nesse final de semana o nosso trabalho escrito e agora iremos nos reunir: eu, a Júlia e o Giuliano, para revisar e fazer os ajustes necessários.

Gostaria de compartilhar com vocês um sentimento, imagino eu, comum a nós estudantes – às vezes pensamos que não vamos conseguir fazer tudo, ler tudo, tirar boas notas, mas não podemos desistir. Hoje eu estou um pouco desanimado, mas sei que é apenas uma fase, deve ser por essa toda carga de trabalho, uma saudade da família e dos amigos nessa época do ano, as leituras longas que fazemos e parece que não absorvemos nada. Mas sempre tenho uma visão otimista da vida e acredito que esse é o melhor caminho. Vai dar certo!

Bom, pessoal é isso!

Um abraço.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Olá, pessoal. Escrevo a vocês para contar como foi essa semana. Na última quinta-feira foi feriado, Primeiro de dezembro ou Dia da R...

Olá, pessoal.

Escrevo a vocês para contar como foi essa semana. Na última quinta-feira foi feriado, Primeiro de dezembro ou Dia da Restauração, em Portugal e como eu também não tenho aula na sexta-feira planejei duas viagens com alguns amigos.

Parti na tarde do dia 25 de novembro para Valência, Espanha. Foi uma viagem bem tranquila. Peguei o comboio em Aveiro e desci no aeroporto, esperamos o voo e chegamos, na mesma noite, na terceira cidade mais populosa da Espanha. Visitei as ruas movimentadas e passeei pelas vielas estreitas admirando a beleza do lugar. Fui até A Cidade das Artes e das Ciências, um complexo arquitetônico e cultural da cidade. Um lugar gigante e muito bonito.

Cheguei a Paris, na França, na noite do dia 27 de novembro e encontrei uma cidade fria que me fez tirar da mala mais um agasalho. No aeroporto pegamos um comboio e fomos até a estação Charles de Gaulle – Étoile. Embora cansado, comemos um lanche próximo à estação, e resolvemos caminhar para aproveitar a noite. Todo tempo era pouco, pois a nossa estadia ali seria curta se comparado a todos os nossos planos de visita.


É notória a beleza desses lugares e a grandiosidade da arquitetura e dos monumentos. Tudo é muito grande, detalhado, cuidado. As pessoas andam rápido nas ruas e o trânsito, às vezes, é caótico. E ainda que as árvores gigantes possam bloquear um pouco a iluminação pública, por onde passei havia bastante luz.

Gostei muito de ir ao Museu da Língua, um lugar dedicado às línguas, à linguagem e à linguística. Você pode encontrar um mundo incrível nessa pequena casa, em uma esquina despretensiosa de Paris. Pode Também explorar a linguagem, os idiomas por meio de jogos interativos e pequenos vídeos. Todas as informações no museu estão em espanhol, chinês, inglês, francês, russo e esperanto. Ao contrário do Museu da Língua Portuguesa o Mundolíngua não é específico de um único idioma, é bem menor, mas não menos interessante e interativo.

É difícil escrever sobre tudo em detalhes, mas posso garantir que a cada visita, a cada caminhada pelas ruas parisienses eu cresci mais um pouco. Percebi como é diferente a cultura e a relação que os nativos têm com a sua língua. Quando estava em um café, me esforçava ao máximo por falar as poucas palavras que sei em francês e esse esforço era correspondido por um sorriso da pessoa que me atendia.  


O estereótipo de que os franceses não costumam ser muito corteses com quem não fala a língua é pertinente, mas as pessoas que me atenderam foram bem simpáticas. A paisagem e o clima também me chamaram a atenção, muito diferente do que estou acostumado. Pareciam paisagens de cartões postais. As folhas amarelas colorindo as gramas, o vento frio fazendo com que as mãos não saíssem dos bolsos do casaco, as pessoas com suas roupas pesadas e elegantes me deram uma felicidade que não posso descrever. 

Mas é preciso dizer que a realidade das ruas parisienses não é tão incrível assim. A desigualdade social é visível. Há mendigos e suas famílias nas calçadas, pedintes solicitando esmolas para aplacar a fome ou comprar um agasalho, metrô cheirando a urina e sendo abrigo para idosos, que dormem no chão. Isso é triste e real. Porém, apesar de ter visto essas cenas que me tocaram o coração, tive uma boa experiência nessa viagem e agora pude compartilhá-la com vocês. 

Bom, pessoal foi isso. Espero que tenham gostado. Até a próxima.
Veja mais fotos clicando aqui.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Sob uma manhã ensolarada, de céu azul e com poucas nuvens brancas cheguei à Universidade, ansioso, tenso e preocupado. Sintomas caracte...


Sob uma manhã ensolarada, de céu azul e com poucas nuvens brancas cheguei à Universidade, ansioso, tenso e preocupado. Sintomas característicos de um aluno que apresentará o seu trabalho com os colegas e para uma turma do mestrado.  Como dito em postagens anteriores, nós do PLI, estamos na Universidade de Aveiro fazendo disciplinas isoladas e embora eu esteja na licenciatura, a disciplina de Literatura Infanto-juvenil é do mestrado.

A sala estava mais lotada do que o costume, apareceram pessoas que não estou acostumado a ver pelas manhãs de quarta-feira e isso foi interessante de observar. Organizamo-nos com o computador, visualizamos a apresentação, o vídeo, estava tudo em ordem, a não ser o cabo de transmissão, que no nosso computador não entrava e não tínhamos adaptador. Gelei! Bom, tudo tem uma solução se pensado serenamente. A Júlia havia trazido o seu computador e conectou o cabo, o projetor refletiu a nossa apresentação na tela, isso me proporcionou um sorriso aliviado.

Saudando as minhas colegas com um bom dia, um sorriso semirrígido e mãos inquietas, dei início a apresentação, na sequência falou Giuliano e Júlia finalizou. Ao passo que cada um de nós íamos falando eu observava a atenção nos olhos das meninas, elas anotavam, mexiam a cabeça em sinal de afirmação e esse clima foi tão importante para gerar em nós um acolhimento muito especial. Estávamos falando algo importante para todos nós, pois era nítido que a cada slide novo o interesse era demostrado por meio de um silêncio sugerindo expectativa. A professora, ao fundo, ora registrava seus apontamentos, ora nos observava. A apresentação terminou, partimos para os comentários das colegas e da professora.

Com uma avaliação pormenorizada a professora foi introduzindo os feedbacks. Pontuou, foi certeira, estimulou e propôs melhorias. Identificou os pontos e de uma maneira clara e objetiva demonstrou mais uma vez o seu domínio nessa arte de ensinar. As minhas colegas fizeram observações importantes, nos ofereceram opções para melhorar o guião de leitura e foram gentis em suas argumentações.

Percebi nesse trabalho que os demais colegas se preocupam em interagir uns com os outros. Essa interação está no olhar, na observação e no cuidado de ajudar a fim, não só de ser auxiliado posteriormente, como também de contribuição mútua.

O trabalho terá uma próxima fase: em meados de dezembro entregaremos a versão escrita, melhorada com os apontamentos dos colegas e da professora. Essa flexibilidade que norteia nossas aulas nos faz livres para nos desenvolvermos sem a obrigação de acertar sempre, mas sim de estar em contínuo aprendizado.

A manhã teve ainda apresentações de outros grupos, todos com trabalhos muito bem elaborados. Ficou nítida a vontade dos alunos de fazer o melhor e buscar formas inovadoras de apresentar o conteúdo. Cada grupo desenvolveu uma maneira própria de atingir o que nos fora solicitado.


“Atenção ao texto, à língua, ao registro, ao jogo de palavras, à valorização do momento da leitura... [...]”. “Eu estou orgulhosa de vocês, fizeram um bom trabalho e fico feliz por isso”. Foi mais ou menos dessa forma que nossa professora finalizou a aula nessa manhã de quarta-feira. Esse pequeno discurso de encerramento dirigido aos grupos que se apresentaram me deixou muito feliz e ainda mais motivado. 

Trailer do filme: Miss Potter

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Olá, pessoas. Escrevo em uma noite fria de outono enquanto o vento frio assola as bonitas ruas de Aveiro. O frio e a chuva estão se ...


Olá, pessoas.

Escrevo em uma noite fria de outono enquanto o vento frio assola as bonitas ruas de Aveiro. O frio e a chuva estão se tornando hábito por aqui e hoje estamos com nove graus, ainda não me acostumei com o frio, mas acredito que em breve isso passará. Comprei hoje um par de luvas no Forum, necessárias para voltar à casa de bicicleta e uma calça de moletom para colocar embaixo da calça jeans. Isso me lembrou a minha infância, a última vez que eu fiz isso foi no pré-escolar e de lá para cá se foram alguns anos.

A previsão do tempo para amanhã, às nove horas, é de sete graus. E por falar nisso, esse horário de bastante frio será importante para mim, visto que teremos uma apresentação para fazer na disciplina de Literatura Infanto-Juvenil. Essa apresentação conterá a análise do conto: “A história do Pedrito Coelho”, escrito e ilustrado pela inglesa Beatrix Potter e um Guião de Leitura: atividades relacionadas ao conto de pré-leitura, leitura e pós-leitura.

Pensando nas Atividades Acadêmico-Científico-Culturais – AACC, fui ao cinema na semana passada e gostaria de compartilhar com vocês sobre algumas diferenças entre os cinemas daqui e os de Uberaba e Campinas, cidades em que morei aí no Brasil. O cinema em Aveiro tem intervalo. Sim, no meio do filme, o filme para, as luzes se acendem e você fica com aquela cara surpresa: O que está acontecendo? Nada de mais, apenas um intervalo comum, depois de alguns minutos todos voltam e o filme recomeça. Os títulos dos filmes também são diferentes, eu já imaginava. O que eu assisti na última quinta-feira se chama: Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, enquanto no Brasil o título do filme é: Animais Fantásticos e Onde Habitam. Deixo a vocês os dois links para os trailers do filme, são quase iguais, mas vale prestar atenção nos detalhes, tais como: o “Convida-vos a regressar” de Portugal e “Convida você a voltar” do Brasil, “bocadinho” de Portugal e “frestinha” do Brasil, ah, pequenos detalhes linguísticos.


No dia 9 de novembro fui ao show do Arnaldo Antunes no Teatro Aveirense, não tirei foto com ele, mas pedi que autografasse meu livro. Ele esteve em Portugal para lançar seu 16º disco, “Já É”, lançado no Brasil em 2015. O show foi muito bom, eu aproveitei para cantar as músicas conhecidas e esperei até o final, quando minutos depois, o artista recebeu as pessoas com sorrisos, atenção e abraços. Conversou com todos, eu o abracei, agradeci e pedi que, por favor, autografasse. Imagem é um livro que tem um poema do cantor brasileiro como fio condutor e ilustrações da também brasileira Yara Kono. Esse livro nos foi mostrado nas aulas de Literatura Infanto-Juvenil e quando eu vi que os dois eram brasileiros, fiquei orgulhoso. ♡

Sobre as fotos que ilustram essa postagem vocês podem pensar: porque o Angelo colocou uma foto de um manequim nessa montagem, ele continua maluco? Não, sim, bom, talvez, haha.... Eu coloquei as imagens para vocês terem uma ideia de como os manequins são vestidos por aqui, ou seja, muita roupa. Só para ter uma noção do frio.

Bom, é isso pessoal. Foi um prazer escrever para vocês, espero que tenham se divertido com o texto como eu me diverti ao relembrar os últimos acontecimentos e relatá-los.


Um abraço, até a próxima.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Era uma manhã de terça-feira, o sol estava brilhando forte e a minha aula começava às 10h. Acordei, levei as roupas de cama para lavar, me ...

Era uma manhã de terça-feira, o sol estava brilhando forte e a minha aula começava às 10h. Acordei, levei as roupas de cama para lavar, me preparei para ir à aula e fui buscar a minha bicicleta. Sempre a deixo nas escadas do estacionamento, destrancada.

Para minha surpresa ela não estava lá. Foi um impacto, algumas preocupações comuns me sondaram e imediatamente olhei no relógio, eram nove horas, precisava ir à aula, fui a pé.

Assisti à aula, voltei para casa para almoçar e decidi fazer um recado para o ladrão, pois acreditava que o tal morasse ali no meu prédio e talvez se sensibilizasse com o recado e me devolvesse.

Escrevi em uma folha sulfite o seguinte:



E com uma fita adesiva deixei as chaves pregadas no sulfite que colei na porta das escadas que dá acesso ao estacionamento. Voltei pra casa e continuei com a minha rotina.

Mais tarde, a Júlia me escreveu no Messenger do Facebook dizendo que tinha visto a minha bicicleta na Universidade e me perguntou, se por acaso, eu não a tinha esquecido lá. Eu, ainda duvidoso, pensei sobre e seguramente, segundos depois, respondi que não havia essa possibilidade, pois na noite anterior eu fiquei até às 22h na Universidade e voltei naquele frio cortante.

Ela me mandou uma foto, era a minha bicicleta. Decidi ir à Universidade imediatamente, assim poderíamos esperar o “ladrão” quando fosse recuperar a bicicleta e interrogá-lo.

Cheguei à Universidade por volta das 21h30 e ficamos ali, conversando, próximo a bicicleta, enquanto a olhávamos, quase sozinha. No estacionamento, passavam distintas pessoas e algumas delas buscavam as suas bicicletas, ao lado da minha. A cada aproximação crescia a ânsia de se aproximar-se, mas não era e esperávamos novamente.

Racionalmente decidimos que se até às 22h o meliante não aparecesse ficaríamos com aquela dúvida para sempre do que aconteceu, mas eu voltaria para a casa com a minha bicicleta.

Por volta das 22h uma chinesa apareceu e se encaminhou até o estacionamento das bicicletas e foi se acercando. A Júlia e eu nos olhamos imediatamente e dissemos: não é possível! Ao tocar as mãos no guidom da bicicleta nós dois a interrompemos.

Tentando parecer calmo, eu comecei, mais ou menos assim:

- Olá, tudo bem?
- Tudo bem - Ela me disse. E olhando para a Julia, exclamou: Júuuuuuulia.

Não sei quem mais ficou surpreso com essa exclamação.

- Ah, você conhece a Júlia? Eu tentei recuperar o diálogo.
- Sim, disse sorrindo.
- Ah, que bom. (Pensei e disse!)

Para encurtar esse texto, vou contar o final.

Ficamos a perguntar sobre como ela encontrou a bicicleta, se era dela, de quem era e por fim eu falei que a tal bicicleta era minha e que tinha pensado que a haviam roubado naquela manhã. Ela nos contou que um amigo tinha deixado uma bicicleta no meu bloco e que a emprestara. Como a minha bicicleta estava sem cadeado e tinha as características da bicicleta do seu amigo ela a tomou emprestado.

No final dessa história descobrimos que tudo não passou de um mal entendido, recuperei a minha bicicleta e voltamos para a casa conversando e dando muitas risadas. A chinesa mora no bloco 9 e eu no 6, temos amigos em comum, mas nunca havíamos conversado. Ela é uma moça muito simpática e inteligente, estuda português na Universidade de Aveiro e também está aqui fazendo intercâmbio.

Eu achei essa história tão interessante, pois do dia para a noite o que eu pensei de manhã, já era diferente à noite e tive de volta a minha companheira de rotina e ainda ganhei uma amiga.

Bom pessoal, é isso.

Espero que tenham gostado da história. Até a próxima semana. Abraços.

domingo, 6 de novembro de 2016

Hola, amigos. Les escribo para contarles como están las clases de español por aquí. Como saben hago la asignatura de español III y ...


Hola, amigos.

Les escribo para contarles como están las clases de español por aquí. Como saben hago la asignatura de español III y estamos aprendiendo los contenidos fonéticos y ortográficos como: Diptongos, triptongos e hiatos; Pronombres, adverbios y adjetivos interrogativos, así como también las principales reglas de acentuación y acento diacrítico.

Las clases son los lunes y los jueves por la tarde. Siempre iniciamos las clases corrigiendo los ejercicios anteriores que hicimos en la clase pasada y empezamos con el material que está en el “moodle” – plataforma de apoyo a los estudiantes.

Nuestras actividades que se realizan durante las clases son: ejercicios de contenidos gramaticales y léxicos, comprensión y expresión oral, además tendremos que leer un libro y ver un documental que serán usados para la evaluación.

Todos mis compañeros de clase hablan en español y nunca he escuchado la profesora hablar en portugués, a veces tengo dudas si habla el idioma. El acento es español europeo, un poco distinto a lo que estamos acostumbrados en Brasil con la profesora del primer período.

Lo que más me llamó la atención fue la participación de mis compañeros, ellos hablan siempre y contestan lo que la profesora pregunta, hasta hoy no he visto a nadie que recusó hablar en clase, sea por vergüenza o porque no han hecho el ejercicio.

Nuestra primera prueba será el 17 de noviembre, tendremos la evaluación de contenido lingüístico: gramaticales y léxicos, y oral: conversación sobre el documental “Documentos TV- Del podido alolvido”, de acuerdo a la leyenda del documental reflexionará sobre a “las secuelas psíquicas, físicas y económicas de la retirada de los deportistas que se dedicaron durante años a la alta competición. Una visión sobre el lado menos conocido tras el éxito deportivo”. También tendremos una conversación sobre el libro que hemos elegido. He elegido el libro Iacobus de la española Matilde Asensi.

Aprovecho para escribirles sobre el tema del libro, que terminé ayer de madrugada.
Iacobus de la escritora alicantina es un libro sobre caballeros de órdenes secretas, enigmas, sorpresas y nada tedioso. Confieso que cuando lo compré tuve un poco de miedo, pues son 381 páginas en puro español, a lo que no estoy acostumbrado y pensé que no iba a ser capaz de leerlo, pero me quedé sorprendido como si estuviera enamorado de él.

El libro es una narrativa histórica mezclada con muchos sentimientos, entre ellos los amores, de padre e hijo, de hombre y mujer y a Dios. Galcerán de Born es un, entre muchas cualidades, padre, hijo, fraile (caballero profeso de las órdenes militares), médico, mentiroso y con una espectacular inteligencia para resolver enigmas.  Ese protagonista vive muchas aventuras y cada página de lectura vives junto a él la magia, la agonía, la alegría y la belleza de las descripciones que nos ofrece Matilde Asensi.

En el inicio del libro sabrás que el fraile hospitalario, Galcerán de Born, escribe una crónica para registrar y para que se conozca su historia en el futuro. Así sabremos que se nos escribe, puede pasar lo que sea, no va a morir. Eso me gustó.

Leí el primer capítulo dos veces, marcando con amarillo las palabas que no entendía, pero pensé que si continuase la lectura, aunque no entendiera perfectamente palabra por palabra, no haría daño a la comprensión de la historia,  así fue y la lectura fluyó muy bien. 

Se puede reflexionar sobre muchas cosas en el libro, dentro ellas están la ganancia humana; materializada en forma de órdenes papeles y por la orden a la que estaba sometido el Perquisitore, Galcerán; los sentimientos parentales, amorosos y religiosos. Se descubren también palabras escritas en latín, gallego, italiano y eso es muy bueno.

Quisiera hablar mucho más, pero ahora no se me ocurre nada en especial, pero les prometo que pronto haré un resumen y subo al blog para que conozcan la historia desde mi punto de vista. Hablaré sobre los puntos que más me llamaron la atención y los compartiré con todos.

Acabo este texto con una frase, que se lo dice el sanjuanista:


“Durante los años que dediqué al estudio de la Qabalah, una de las cosas fundamentales que aprendí fue que un buen cabalista jamás se rinde ante los obstáculos y los problemas que se le plantean en sus pesquisas. Antes bien, acepta la existencia de dichas dificultades como otro aspecto más del aprendizaje y, una vez hecho esto, se encuentra en la actitud adecuada para percibir lo que debe ser cambiado.” (pág. 209).

Título: A Aldeia da Esperança Autores: Lourenço Macedo Santos, Maria da Paz Braga e Pedro Queirós Ilustrador: Pedro Benvindo Editor...

Título: A Aldeia da Esperança
Autores: Lourenço Macedo Santos, Maria da Paz Braga e Pedro Queirós
Ilustrador: Pedro Benvindo
Editora e Local de edição: Manuscrito, Lisboa.
Ano: 2016
ISBN: 978-989-8818-57-7
Palavras-chave: Terremoto, Solidariedade, Voluntariado, Nepal, Empatia, Altruísmo, Trabalho, Responsabilidade, Coragem.  
Áreas Temáticas: Livros em Português > Infantojuvenil > Livros Ludodidáticos > Infantil (6 a 10 anos)
Leitores preferenciais: Leitores iniciais

A Aldeia da Esperança” é um livro infantil altruísta escrito pelo brasileiro Lourenço Macedo Santos e pelos portugueses Pedro Queirós e Maria da Paz Braga, voluntários que empreenderam seu tempo e sua vida para ajudar a comunidade nepalesa assolada por um violento terremoto. A catástrofe, ocorrida em abril de 2015, deixou seu rastro devastador em vidas como a da jovem nepalesa Sinran que, com seus 13 anos, é narradora desta história de esperança e solidariedade. O livro, destinado preferencialmente a leitores iniciais, também traz mais informações sobre o terremoto por meio de um jogo de perguntas e repostas em seu final. As ilustrações, do português Pedro Benvindo, preenchem completamente as páginas e procuram orientar o leitor sobre cada fase da história. O terremoto é personificado em forma de um monstro construído por um giz de cera preto. Já o plano de fundo, que caracteriza a ambientação, remete à aquarela e os personagens revelam traços de lápis que podem denotar a ideia de criação infantil. Ocorre um diálogo entre ilustração e texto, promovendo a exploração de interpretação por parte do leitor. Os sentimentos de medo, desolação e tristeza são tratados explicitamente nas feições das personagens e, até ao final da história, vão se transformando em entusiasmo e esperança. É um livro que semea os princípios da solidariedade e da ajuda mútua promovendo a reflexão para leitores de qualquer idade.

domingo, 30 de outubro de 2016

Olá, pessoas. O outono por aqui é muito bonito, as árvores estão deixando suas folhas caírem transformando o chão em um tapete de fol...

Olá, pessoas.

O outono por aqui é muito bonito, as árvores estão deixando suas folhas caírem transformando o chão em um tapete de folhas secas, e as que ainda permanecem nas árvores são amarelas, o que nos dá uma bela paisagem. O sol ainda aquece as ruas, mas o vento frio é constante. A chuva também não se deixa esquecer, ela chega sem avisar e me faz alterar a rota até a universidade indo a pé e deixando a minha bicicleta guardada.

Esta semana tem duas provas, uma de Linguística Textual e outra de Língua Portuguesa I. Também teremos a presença das professoras brasileiras: Juliana Bertucci e Talita Marine que darão aulas abertas sobre “O ensino de língua portuguesa no Brasil, na perspectiva variacionista”, nos dias 2 e 3 de novembro. Aqui o feriado de finados é no dia 1 de novembro.

A matéria da primeira prova de linguística textual será: a definição sobre linguística textual, texto e textualidade, sete fatores de textualidade segundo Beaugrande & Dressler, as diferenças entre escrita e oralidade, gêneros textuais e variação linguística, linguagem da notícia e estilo burocrático – regulamentos.

A prova de Língua Portuguesa I será na tarde do dia 2 de novembro e abordará o que é a língua, variação e normalização. Assim como a nova proposta de classificação dos dialetos galego-português, as variedades geográficas da Língua Portuguesa, o Português Brasileiro, a fixação da norma, a gramática e a mudança da língua no tempo e no espaço.

Estou trabalhando nas leituras sobre a iniciação científica que, por enquanto, tem o título: Atitudes linguísticas de graduandos do Curso de Letras de uma universidade portuguesa. Tenho que ler e escrever sobre as definições de atitudes, justificar o estudo das crenças e falar sobre a terceira onda da Sociolinguística. Estou desenvolvendo a justificativa e o embasamento teórico com a ajuda da professora orientadora.

Confesso que é uma tarefa desafiadora, é a primeira vez que escrevo algo do tipo e é preciso leitura e escrita, por isso é comum que surjam dúvidas e a pergunta constante se estou no caminho certo. Contudo sei que sou um aprendiz e estou aprendendo a fazer, embora devagar. O aprendizado é motivador e é conquistado a cada orientação.

Bom, é isso pessoal. Vou continuar o meu resumo para a prova de amanhã e, em seguida, tentar escrever mais sobre a iniciação científica. 


Um abraço, até a próxima.

domingo, 23 de outubro de 2016

Recensão Crítica Título: A Baleia Autor: Benji Davies Ilustrador: Benji Davies Tradutor: Rui Lopes Editora e Local de edi...

Recensão Crítica

Título: A Baleia
Autor: Benji Davies
Ilustrador: Benji Davies
Tradutor: Rui Lopes
Editora e Local de edição: Orfeu Negro, Lisboa
Ano: 2016
ISBN: 978-989-8327-63-5
Palavras-chave: Mar, Baleia, Menino, Amizade, Coragem, Empatia, Família

Áreas Temáticas: Livros em Português > Infantojuvenil > Livros Ludodidáticos > Infantil
Leitores preferenciais: Pré-leitores 


A delicadeza da capa de “A Baleia” e a singeleza dos traços da ilustração chamam atenção para essa obra premiada em 2014 no Reino Unido e que foi lançado recentemente em língua portuguesa. É um tesouro a se explorar. 

Benji Davies vive na capital inglesa e ganhou o Oscar's First Book 2014, prêmio criado com o objetivo de encontrar um livro mágico para crianças em idade pré-escolar. Esta obra é seu primeiro trabalho. Inédito em Portugal e publicado pela Orfeu Negro em janeiro de 2016, o livro une um texto claro a páginas inteiras recheadas de ilustrações, motivando o leitor a observar os detalhes. É difícil se apegar apenas ao texto e não admirar a composição das cores e a beleza desse ambiente oceânico ilustrado também por Davies.

O livro, destinado preferencialmente a pré-leitores, tem por protagonista um menino inteligente e solitário chamado Noé que vive com seu pai e seis gatos em uma casa a beira mar. Em uma manhã, após uma tempestade noturna, Noé sai a caminhar pela praia e encontra uma pequena baleia, emocionado e empático se esforça para ajudá-la e a leva para o conforto da banheira de sua casa, brotando ali uma das mais comoventes histórias sobre a amizade. 

“A maravilha do mundo, a beleza e a força, as formas das coisas, as suas cores, luzes e sombras, tudo isto eu vi. Vê tu também, enquanto há vida.” Essa frase precede a história, aquece nosso coração e o desejo de conhecer essa singela obra que retrata tão bem um sentimento benevolente e caro aos seres humanos. 

domingo, 16 de outubro de 2016

Olá, pessoas. Por aqui o sol está encoberto por nuvens cinza e uma fina garoa deixa constantemente as ruas molhadas. A chuva parece bri...

Olá, pessoas.

Por aqui o sol está encoberto por nuvens cinza e uma fina garoa deixa constantemente as ruas molhadas. A chuva parece brincar com a gente, pois em intervalos ela vem mais agressiva, com seus pingos pesados e outro momento some como se não houvesse deixado seu rastro.

O outono é muito úmido, não seca as roupas que colocamos no varal e na sacada fica impossível deixar durante a noite sob forte ameaça de acordarmos e estarem ainda mais molhadas.

Embora pareça um cenário nostálgico e triste não é assim que se apresenta. Esse clima me deixa mais motivado a ler e fazer minhas intermináveis obrigações universitárias. Sim, não é exagero, não acabam nunca as listas de exercícios, as leituras e sempre que termino uma eu penso naquela outra coisa que também está por fazer. Não é nada tedioso, diria um pouco cansativo.

Sobre a apresentação do trabalho de variação linguística na semana passada: foi bem tranquila. Ainda que eu tenha ficado nervoso como habitualmente, foi interessante realizar essa apresentação para os meus colegas portugueses e descobrir o interesse deles pelo assunto.

Hoje também quero compartilhar com vocês algumas observações sobre atribuição de sentido, algo a que não estamos acostumados a prestar atenção, pois é natural estar entre pessoas que entendem a nossa língua, a nossa conversa.

A atribuição de sentido é um assunto muito comum no meu cotidiano. Tenho convivido com colegas chineses que estão aprendendo português e é difícil para eles entenderem algumas expressões que falamos cotidianamente. Um exemplo disso é a pequena história que eu vou contar.

Estava estudando na sala de estudos aqui de casa e um desses colegas me pediu que o ajudasse na procura de um filme que estivesse dublado e com legendas em português para praticar.

Depois de uma busca rápida no Google encontramos um filme e ele começou a assistir. Continuei a minha tarefa e minutos depois fui interrompido com suas dúvidas. Ele não conseguiu entender a legenda e atribuir sentido à frase: “Eu não curto o metal.” Para nós, que somos nativos é fácil entender a frase como: “Eu não gosto do estilo de música heavy metal.”, mas para ele, a frase não fazia sentido, pois soou literalmente como metal curto, ou seja, um pedaço de ferro estreito. Expliquei a ele que curtir é um verbo que usamos substituindo o gostar, portanto conjugamos curtir no lugar de gostar, quando estamos falando com nossos amigos diariamente. E metal é um gênero musical, que conforme a Wikipédia se desenvolveu no final da década de 1960 e início da década de 1970 no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Outra dúvida também surgiu quando uma personagem disse: “Eu não entendo isso, não é a minha praia”. Para nós, isso é facilmente entendido como “Não entendo esse assunto, pois não gosto ou não tenho experiência com isso”. Para ele, praia, só tem um significado e não conseguia entender como essa palavra estaria inserida nesse contexto para fazer sentido. Depois de explicar ele pôde compreender o que a personagem falava.

A diferenciação de verbo e substantivo no contexto da frase também é outra coisa a se explorar. O meu colega chinês me perguntou: “Angelo o que é toco?”. Respondi: “Toco é um pedaço de pau. Após cortar uma árvore, sobra um pedaço de madeira, a que damos o nome de toco.” Percebi na sua cara que essa explicação não foi suficiente, pois ele ainda não conseguia atribuir sentido à palavra. Então, eu o perguntei: “Qual é o contexto dessa palavra?” – Pergunta ainda mais complicada, fomos até o computador e descobri que o nome “toco” ao qual ele se referia não era um substantivo e sim o verbo tocar conjugado na primeira pessoa do singular. A partir daí pude dizer que se tratava do verbo conjugado e que a personagem dizia que tocava um determinado instrumento.

Isso também aconteceu quando a personagem disse: “Você me pegou”, como explicar isso? Optei por substituir o “pegar” pelo verbo “surpreender” e expliquei que a personagem ficou surpresa e esse sentimento, na oralidade, pode ser expresso por “você me pegou”, no sentido de “você me surpreendeu”.

Lance, barato, disfarçar, “quem sabe com o tempo” são outras palavras, verbos e expressões às quais se atribui outro sentido, diferente do literal, em uma conversa entre amigos. Um lance foi explicado como um momento, algo rápido; barato como interromper algo bom, na frase “cortou o barato”; e a expressão “quem sabe com o tempo” tentei explicar que a personagem quis dizer que com o passar de um tempo, não especificado, ela conseguiria fazer determinada coisa, ou seja, quem sabe com o tempo (horas, dias, meses, anos) ela faria algo que no momento presente não sabia como.

Bom, é isso!


Espero que tenham gostado, até a próxima.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

autor: Universidade de Aveiro copyright: Universidade de Aveiro Olá, pessoas. A semana por aqui foi rotineira, entre estu...


autor: Universidade de Aveiro
copyright: Universidade de Aveiro
Olá, pessoas.

A semana por aqui foi rotineira, entre estudos e obrigações domésticas, passeios pela cidade e conversas com meus novos amigos. Como é sabido por todos, frequento aulas em várias turmas, pois estamos cursando disciplinas soltas sem uma turma específica. Desta forma, ainda que superficialmente pude conhecer várias pessoas, o que é muito bom.

O tempo está mudando por aqui, o sol não é tão mais quente e a noite sempre chega com uma leve névoa que se intensifica perto das 20h e permanece até por volta das 9h. Vou à universidade de bicicleta e é natural chegar lá meio úmido e com as mãos muito frias. 

O entardecer é muito bonito e é frequente ver o pessoal tomando sol nas escadas enquanto conversam com outros colegas. Estou tomando mais café, pois todo intervalo de aula é uma oportunidade para me reunir com algum colega e esperar a próxima aula saboreando um “abatanado”. O café aqui é mais barato, ao menos na nossa cantina, e sempre há algum amigo que se oferece para pagar o meu, me fazendo ainda mais feliz.

Falando em aulas, elas são bem dinâmicas e há bastante trabalho de casa. Na próxima terça-feira, apresento o meu primeiro trabalho. Terei entre 10 e 15 minutos para falar sobre variação linguística diatópica e também, nesse dia, serão abordadas as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal com relação a esse tema. Um trabalho gostoso de fazer, pois estou aprendendo ainda mais sobre as nossas diferenças linguísticas e compartilharei meus conhecimentos com a minha turma.

A cadeira de Língua Portuguesa I é obrigatória para a turma do primeiro período, portanto, faço essa disciplina com a turma iniciante. Está sendo uma experiência muito interessante. O professor dividiu a classe em grupos de duas a três pessoas e deu um tema a cada um, tudo relacionado com a variação linguística, assim poderemos conhecer as variantes da língua portuguesa no Brasil, Portugal e em outros países em que essa é a língua oficial. 

Acredito que será ainda mais interessante. Foram disponibilizados no moodle os textos de apoio que devemos seguir para nos basearmos. O professor disse: “... Não descobrirão a pólvora”, algo como: “... Vocês não inventarão a roda”, para explicar que não será solicitado que faremos algo grandioso e é para ficarmos calmos, pois é só ler os textos de apoio e explicá-los de uma forma didática, rápida e compreensiva. Ainda que ele tenha falado isso, a aproximação da data da apresentação sempre gera um friozinho na barriga.

Nessas semanas de aula se nota que, não apenas a maneira de falar é diferente, mas também o uso dos provérbios para indicar um significado semelhante. A todo o tempo sou surpreendido por palavras novas que em um primeiro momento me desatam o riso frouxo, mas depois se tornam tão comuns que não soam mais engraçado.

Uma palavra que ainda acho estranho ouvir é “rabo”. Pode parecer esquisito escrever isso aqui, mas é apenas uma palavra comum usada em Portugal para se referir a bunda.  E não tem o mesmo sentido sexual que a palavra recebe no Brasil. Calma! Deixa-me explicar. Como eu disse em postagens anteriores eu estou fazendo Ioga, um curso livre oferecido pela Universidade, e nas aulas a professora diz: “Levante o rabo e permaneça” quando ouvi isso pela primeira vez achei tão estranho, que é óbvio: não aguentei o riso. 

Aqui em casa, eu usando o short da UFTM que está escrito meu nome atrás, um chinês me disse: “Angelo, o seu rabo tem um nome”. Hahaha... Imagina a minha cara, mas como eu já sabia eu sorri e disse: “Ah, sim. É meu nome, esse é um short da universidade que eu estudo no Brasil”.

Então, esse é apenas um exemplo das variantes linguísticas daqui e daí. A palavra “bunda” tem origem africana, assim como “Abadá”, “Cachaça”, “Miçanga” e inúmeras outras palavras.  Foi trazida pelos negros originados da África quando chegaram ao Brasil Colônia por meio do tráfico negreiro. Agora entendo o motivo dessa palavra não existir por aqui.

Amanhã tenho aulas de Linguística Textual, Espanhol III, Inglês e Yoga. Nas aulas de LT terminamos de ver os sete fatores de textualidade e agora estamos vendo a linguagem da notícia.

As aulas de Espanhol estão sendo um desafio, pois são muitos exercícios e leituras. Temos que escolher um livro entre duas opções, assistir um documentário para uma avaliação oral e produzir pequenos textos para a avaliação escrita. Isso sem contar os exercícios diários mais as duas avaliações do semestre. Às vezes me desespero e penso que não vai dar tempo. É um sentimento que todos nós conhecemos, mas, então, lembro-me de que sempre consigo cumprir os prazos, então fico mais tranquilo.

No inglês estou indo bem, mas ainda mantenho a minha cara de desespero quando chega a minha vez de falar. Estou gostando do curso é um desafio cotidiano, aumentar o léxico e tentar pensar em inglês.

As aulas de ioga estão cansativas, eu nunca pensei que ficaria tão cansado ao fazer aquelas permanências. Porém, é muito gratificante chegar em casa após a aula e poder dormir melhor e não me sentir culpado por estar sedentário.

Bom, pessoal é isso.

Até a próxima.

PS.: Veja mais fotos da universidade, clicando aqui.