Era uma manhã de terça-feira, o
sol estava brilhando forte e a minha aula começava às 10h. Acordei, levei as
roupas de cama para lavar, me preparei para ir à aula e fui buscar a minha
bicicleta. Sempre a deixo nas escadas do estacionamento, destrancada.
Para minha surpresa ela não estava lá. Foi um
impacto, algumas preocupações comuns me sondaram e imediatamente olhei no
relógio, eram nove horas, precisava ir à aula, fui a pé.
Assisti à aula, voltei para casa
para almoçar e decidi fazer um recado para o ladrão, pois acreditava que o tal
morasse ali no meu prédio e talvez se sensibilizasse com o recado e me
devolvesse.
Escrevi em uma folha sulfite o
seguinte:
E com uma fita adesiva deixei as
chaves pregadas no sulfite que colei na porta das escadas que dá acesso ao
estacionamento. Voltei pra casa e continuei com a minha rotina.
Mais tarde, a Júlia me escreveu
no Messenger do Facebook dizendo que tinha visto a minha bicicleta na
Universidade e me perguntou, se por acaso, eu não a tinha esquecido lá. Eu,
ainda duvidoso, pensei sobre e seguramente, segundos depois, respondi que não
havia essa possibilidade, pois na noite anterior eu fiquei até às 22h na
Universidade e voltei naquele frio cortante.
Ela me mandou uma foto, era a
minha bicicleta. Decidi ir à Universidade imediatamente, assim poderíamos
esperar o “ladrão” quando fosse recuperar a bicicleta e interrogá-lo.
Cheguei à Universidade por volta
das 21h30 e ficamos ali, conversando, próximo a bicicleta, enquanto a olhávamos,
quase sozinha. No estacionamento, passavam distintas pessoas e algumas delas buscavam
as suas bicicletas, ao lado da minha. A cada aproximação crescia a ânsia de se aproximar-se,
mas não era e esperávamos novamente.
Racionalmente decidimos que se
até às 22h o meliante não aparecesse ficaríamos com aquela dúvida para sempre
do que aconteceu, mas eu voltaria para a casa com a minha bicicleta.
Por volta das 22h uma chinesa
apareceu e se encaminhou até o estacionamento das bicicletas e foi se
acercando. A Júlia e eu nos olhamos imediatamente e dissemos: não é possível!
Ao tocar as mãos no guidom da bicicleta nós dois a interrompemos.
Tentando parecer calmo, eu
comecei, mais ou menos assim:
- Olá, tudo bem?
- Tudo bem - Ela me disse. E
olhando para a Julia, exclamou: Júuuuuuulia.
Não sei quem mais ficou surpreso
com essa exclamação.
- Ah, você conhece a Júlia? Eu
tentei recuperar o diálogo.
- Sim, disse sorrindo.
- Ah, que bom. (Pensei e disse!)
Para encurtar esse texto, vou
contar o final.
Ficamos a perguntar sobre como
ela encontrou a bicicleta, se era dela, de quem era e por fim eu falei que a
tal bicicleta era minha e que tinha pensado que a haviam roubado naquela manhã.
Ela nos contou que um amigo tinha deixado uma bicicleta no meu bloco e que a emprestara.
Como a minha bicicleta estava sem cadeado e tinha as características da
bicicleta do seu amigo ela a tomou emprestado.
No final dessa história
descobrimos que tudo não passou de um mal entendido, recuperei a minha
bicicleta e voltamos para a casa conversando e dando muitas risadas. A chinesa
mora no bloco 9 e eu no 6, temos amigos em comum, mas nunca havíamos
conversado. Ela é uma moça muito simpática e inteligente, estuda português na
Universidade de Aveiro e também está aqui fazendo intercâmbio.
Eu achei essa história tão
interessante, pois do dia para a noite o que eu pensei de manhã, já era
diferente à noite e tive de volta a minha companheira de rotina e ainda ganhei
uma amiga.
Bom pessoal, é isso.
Espero que tenham gostado da
história. Até a próxima semana. Abraços.
Angelo do céu hahaah, que situação hein! Ri muuuito lendo kkkkk Abs
ResponderExcluir