quarta-feira, 21 de junho de 2017

Olá, pessoal A postagem de hoje é para contar a vocês a minha experiência como voluntário na Associação Portuguesa de Pais e Amigos d...

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Olá, pessoal

A postagem de hoje é para contar a vocês a minha experiência como voluntário na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Aveiro – APPADM. Tudo começou quando entrei em contato com o CUFC – Centro Universitário de Fé e Cultura da Universidade de Aveiro. Foi por intermédio da Irmã Flávia que me direcionou a Associação.

No semestre passado tinha demonstrado o interesse em participar de algum projeto dessa natureza, mas por estar no final do ano e as atividades estarem concluídas não foi possível naquela data. Durante esse tempo frequentei as atividades do CUFC e participei da Ceia de Natal oferecida pela Universidade e pelo Centro, como contei para vocês nesta postagem.

Em meados de março recebi um e-mail do senhor Carlos, responsável pela associação, me perguntando sobre a minha disponibilidade e o motivo de querer fazer parte da instituição. Agendamos uma entrevista e conversamos, ele me esclareceu as minhas dúvidas e o solicitei uma visita à Instituição para conhecer os meninos.

Nesse dia pude constatar a organização, o profissionalismo e a competência desta Instituição que zela pelo bem estar desses cidadãos. Foi nessa visita em que conversei com a psicóloga e em seguida com os meninos.

Conversamos em uma sala grande, em volta de uma mesa larga em que cada um se apresentou e demonstraram abertos a me receber. Eu confesso que estava nervoso, sorria sempre envergonhado e suava as mãos. Os meninos foram muito amáveis e me disseram que iriam me ajudar. Agradeci a todos e comecei a frequentar a associação no dia 7 de abril, em uma sexta-feira.

As atividades ocorreram durante três meses em que estive em contato com uma realidade diferente do que eu estava acostumado. Durante esse tempo aprendi muitas coisas, difícil de enumerá-las, mas entre elas posso dizer que aprendi a observar melhor as pessoas, a me reconhecer, a ser mais empático, a dar mais valor ao trabalho de suporte das pessoas que estão nos “bastidores”. 

Fui tratado com muito carinho por todos eles, pelas funcionárias e pelo senhor Carlos. Foram atenciosos às minhas solicitações e eu sempre perguntava se estava tudo bem, se eu estava fazendo um bom trabalho. Estava sempre preocupado, pois não sabia ainda que o simples é fazer com amor aquilo que gostaria que fizesse por nós.

Caminhamos pelas tardes antes do anoitecer, pintamos com lápis de cor e canetinhas, lemos histórias, assistimos filmes engraçados e de velocidade, cochilei no sofá algumas vezes, fizemos bonecos de massinha, jantamos juntos, jogamos cartas, fomos ao cinema e o mais importante: tornamo-nos amigos, cúmplices, irmãos.

A última sexta-feira foi a minha despedida e com ela fizemos um grande balanço. Percebemos que a vida passa muito rápido e que nem eles e tampouco eu percebemos que já havia chegado o final do semestre, o dia da minha partida.

Ganhei de lembrança um livro do Egito, fotos autografadas, desenhos de uma página inteira, e uma despedida sentida e saudosa, com votos de felicidade e compromisso de um futuro regresso, em meio a abraços e lágrimas.

Espero que no próximo semestre os meninos encontrem um novo voluntário e espero também que esse voluntário seja melhor que eu, pois sempre desejamos o melhor aos nossos amigos. Pensando nisso, escrevo aqui uma pequena “boas-vindas” ao novo voluntário:

Querido amigo:

Estou muito feliz que você se tenha permitido ter essa experiência, de adentrar em um mundo novo, tão as margens do que estamos acostumados. Acredito que embora no início pareça difícil, por não conhecer a rotina e o espírito de cada um deles, digo que não é! Tranquilize-se. Trabalhe com carinho, perguntando, ouvindo e verá que você levará mais contribuições, que ilusoriamente pensava ter trazido. Poderia dizer também o que cada um deles gosta mais, mas acredito que privaria você de descobrir essas coisas tão belas e que faz parte do nosso aprendizado. Para não me alongar muito, deixo o meu muito obrigado e peço, gentilmente, que envie a eles o meu saudoso abraço.


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