segunda-feira, 6 de março de 2017

Olá, pessoal. As manhãs em Aveiro continuam chuvosas, um chuvisco lento cai por volta das oito e meia, horário em que saio de casa a ...

É falsa? Depende.

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Olá, pessoal.

As manhãs em Aveiro continuam chuvosas, um chuvisco lento cai por volta das oito e meia, horário em que saio de casa a caminho à universidade. Não é tão ruim quanto parece, a vista é muito agradável, se não fosse o vento forte em algumas horas poderia dizer que até é prazeroso. A minha bicicleta fica guardada, pois é um pouco difícil andar com ela na chuva, mas não a abandono quando está um dia ensolarado.

Conforme eu disse na semana passada irei aqui descrever um pouco sobre uma disciplina específica, para que vocês tenham uma noção como está sendo as cadeiras esse semestre. Hoje escreverei sobre a Linguística Portuguesa III.
As aulas acontecem nas manhãs de segunda e quarta-feira. Nós fazemos em todas as segundas-feiras uma folha de trabalho, que pode ser em grupo ou individual, são exercícios de fixação. Na aula de quarta-feira, que é apenas uma hora, só é aula mesmo. A professora nos explicou que a Linguística, que é uma ciência, tem várias disciplinas e iremos estudar duas delas: a Semântica e a Pragmática.

As nossas provas são definidas no primeiro dia de aula. Na verdade a professora propõe uma data e se não houver divergências com as outras disciplinas se mantém a data proposta. Os materiais de apoio, os slides, sempre estão na plataforma de apoio ao estudante, o moodle, depois de cada fim de aula. Para essa cadeira teremos prova nos dias 03 de abril e 05 de junho. São apenas duas provas que a professora usa como método avaliativo. As aulas acontecem apoiadas em slides que a professora se baseia para compor suas aulas. 

A minha classe não é muito participativa, portanto às vezes eu digo: “Siiiiiiiiiim”, em resposta a professora, isso gera uns olhares sinistros, mas eu não ligo. Acho uma forma de dizer: “Estou ouvindo e concordo”. Uma forma de responder à professora. Tenho pena que ela fique a perguntar e ninguém a responder.

Vimos até agora os conceitos básicos, as terminologias científicas, as características. Frase, Enunciado e Proposições. A frase pertence à língua, não se localiza no tempo e nem no espaço, por ser um código não apresenta características físicas, um conjunto de palavras em uma determinada ordem, é abstrata. Ao contrário da frase o enunciado é concreto, acústico, físico, ou seja, podemos localizá-lo no tempo e no espaço produzido. Ele pode ser completo, quando não precisa subentender nada para entendê-lo e incompleto quando há a necessidade de subentender o que se diz por meio de pistas e contextos. Não se pode ter um enunciado em discurso indireto. A proposição é ainda mais abstrata que a frase, pois se caracteriza pelo sentido, a ideia expressa na frase, é uma entidade linguística, pode expressar uma ideia em qualquer língua, portanto a proposição não é de um idioma específico.

Aprendemos também sobre a teoria da nominalização, falamos um pouco sobre o diálogo de Platão, o Cratylus e seus conceitos de substantivos concretos, classe morfológica dos nomes. Passamos sobre Palmer, que critica esse diálogo; vimos o conceitualismo de Saussure, Ogden e Richards sobre o Triângulo Semiótico, uma teoria dos conceitos mais elaborada.

Pensando nisso, montei um pequeno esquema para não fugir a ideia desses princípios, que a professora nos disse que será muito válido para entendermos de aqui por diante. Portanto eu anotei assim:


Conhecer o significado das palavras significa ser capaz de relacioná-las como o mundo e com as outras palavras em relações paradigmáticas e sintagmáticas. Isso vocês devem se lembrar de Linguística I que tivemos aula com a professora Denize Carneiro. A Linguística estuda como o falante estabelece essas relações. Assim, o conteúdo a seguir estudará as relações, palavras com palavras: Sentido e Palavras com coisas: Referência. Para não me alongar muito, montei o seguinte esquema:



E por fim, vimos às propriedades do sentido das frases, o conceito de absurdo linguístico, contradição, que não tem nada a ver com absurdo factual. A professora diz sempre: “A Semântica não julga o conhecimento do mundo, ela estuda o código”. Portanto estabelecemos que as propriedades de uma frase podem ser falsa, verdadeira ou falsa e verdadeira. Se há uma contradição do tipo: eu durmo acordado, essa frase será falsa, contraditória, pois o verbo dormir tem o sentido contrário de estar acordado. Se há uma verdade, ou seja, uma análise, do tipo: A baleia não é um peixe, essa frase é analítica ou verdadeira. Agora o mais complicado é entender que a mesma frase pode ser falsa e verdadeira ao mesmo tempo e denomina-la como frase sintética. A frase sintética depende do contexto, também chamada de frase contingente e dependerá do sentido adotado. Um exemplo seria: O Angelo deu um salto de 50 metros. A Semântica não vai julgar se isso é possível, ela vai dizer: Se o Angelo for um super-herói ele consegue, então é verdadeira; se ele não for o tal essa frase é falsa, assim classificará essa frase como sintética. Coisa mais linda, não?


Bom pessoal... foi isso! Espero que tenham se divertido com esse assunto, nos vemos no próximo. Até lá!

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